Edição 65

 

Maria Fernanda Cândido veste trench coat e joias Hermès – Foto: Ricardo Abrahao

 

Por Bruno Astuto

Segundo a filosofia antroposófica, a cada ciclo de 7 anos somam-se os conhecimentos adquiridos no anterior para se buscar um novo desafio. Como as novidades estão no DNA do nosso CIDADE JARDIM, resolvemos confirmar a máxima lançando nesta edição o nosso novo projeto gráfico, comandado pelo novo diretor de arte da nossa revista, o expert Italo Massaru.

Quase caí para trás quando me dei conta de que fazia 7 anos do nosso último refresh, quando tive a honra de assumir esta publicação. Quantas aventuras vivemos, quantos editoriais lindos, quantos astros e estrelas abrilhantaram nossas capas, quantos artigos interessantes assinados por colaboradores tão criativos. De 116 páginas crescemos para quase o triplo, graças à confiança dos nossos leitores, lojistas e anunciantes. São muitos os motivos para comemorar.

Como, por exemplo, os 50 anos de uma das atrizes mais queridas, talentosas e elegantes do País: Maria Fernanda Cândido. Morando em Paris, sede olímpica da vez, e longe da TV há 7 anos (olhe o 7 aí!), ela achava que tiraria um sabático para curtir uma onda de dona de casa, mas as telas não conseguiram prescindir de tamanha potestade. Foram 7 filmes (opa!), seis dos quais filmados na Europa, e um retorno retumbante ao primeiro capítulo de Renascer que virou a internet de cabeça para baixo. O público agradece. Ainda que forte e apaixonado, o espírito sereno e gentil de Maria Fernanda reflete um pouco o momento que a moda vive agora: o histriônico dá lugar ao suave; a exibição, à edição; o fugaz, ao eterno. Peças que não se destruirão em uma temporada, mas que prometem durar e acompanhar nossas histórias. É claro que você vai continuar se divertindo e fantasiando seus momentos com energia, alegria e humor, mas sobre uma base mais sofisticada. Nada mais chique do que o atemporal com uma pitada de irreverência.

Tudo isso tem a ver com os seriados fashion que conquistaram o streaming, como The New Look e Feud: Capote vs. Swans (inspiração de um dos editoriais desta edição). Em tempos confusos, o mundo tende mesmo a sucumbir a arroubos de nostalgia. Mas, no fundo, nós sabemos que só temos o agora para reagir. Estamos em momento olímpico, que nos lembra a força da superação, do espírito de equipe, a alegria de fazermos parte de uma comunidade global. Mais do que as medalhas, nada me emociona mais do que aquele desfile das bandeiras na abertura dos Jogos, exibindo como somos tão iguais em nossa humanidade e, ao mesmo tempo, tão belos em nossas diferenças.

É essa compreensão – e só ela – que nos levará ao pódio.